Justiça do DF diz que motorista que furou blitz e teve veículo baleado por policiais militares não teve intenção de atropelar PM

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Em depoimento, policial afirmou que foi atingido e caiu no chão, no entanto, Tribunal do Júri concluiu que veículo ‘encostou levemente’ no militar para que ele se afastasse, possibilitando fuga do motorista. Decisão é desta segunda-feira (12); caso foi em outubro do ano passado.

A Justiça do Distrito Federal decidiu, nesta segunda-feira (12), que o motorista que furou uma blitz e teve o veículo baleado por policiais militares, não teve a intenção de atropelar o PM. O caso foi em outubro do ano passado na região central de Brasília e deixou uma pessoa morta (saiba mais abaixo).

À época, a BMW conduzida por Raimundo Cleófas Alves Aristides Júnior foi parada em uma blitz no Eixo Monumental pelos militares, que mandaram o motorista sair do veículo, mas ele acelerou e tentou fugir. Logo depois, o carro foi alvejado por vários disparos.

Em depoimento, no ano passado, um policial militar afirmou que foi atingido pelo veículo e caiu no chão. No entanto, o Tribunal do Júri concluiu nesta segunda (12) que o veículo “encostou levemente” nas pernas do policial, para que ele se afastasse e o motorista pudesse fugir.

“O contato superficial sequer foi capaz de empurrá-lo e, muito menos, derrubá-lo. Portanto, ainda que a atitude do acusado tenha sido extremamente reprovável, arriscada e irresponsável, é extreme de dúvidas que não praticou crime doloso contra a vida”, diz a decisão do tribunal.
O tribunal afirma que o motorista não praticou crime doloso contra a vida, e sim, “ao menos em tese”, os crime de lesões corporais, desobediência e embriaguez ao volante.

Procurada pela reportagem, a PMDF disse que não comenta decisões judiciais. Em julho deste ano, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também concluiu que o motorista não tentou atropelar o policial militar. Por não ter provas de um crime doloso – com a intenção de atingir o policial –, o Ministério Público pediu a desclassificação da conduta do motorista como homicídio.

Relembre o caso

Raimundo foi preso e seu passageiro morreu baleado pela Polícia Militar no dia 29 de outubro de 2023, em Brasília, durante uma blitz. O carro onde eles estavam foi atingido por vários disparos de arma de fogo, após o motorista tentar fugir da fiscalização.

Imagens feitas por um motorista que passava pelo local mostram que a BMW branca foi parada pelos militares, que mandaram o motorista sair do carro. No entanto, ele acelerou e fugiu. Em seguida, é possível ouvir vários tiros (veja vídeo acima).

Veja quem estava dentro do carro:

Motorista: Raimundo Cleófas Alves Aristides Júnior, de 41 anos, que foi preso na data e solto em dezembro;
Passageiro: Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, que foi morto.

O objetivo da blitz era fiscalizar casos de embriaguez ao volante em uma região próxima a bares, na Estrada Parque Armazenamento e Abastecimento (EPAA), próximo ao Eixo Monumental.

 

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