Mais de 100 mil pessoas esperam por cirurgia em Cuiabá, aponta relatório

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Cerca de 70% dos procedimentos são de urgência. Além disso, existe mais de 350 mil solicitações de exames e consultas especializadas. O documento apontando as falhas na Saúde da capital foi entregue à Justiça.

 

Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá é alvo de intervenção do estado

O primeiro relatório do Gabinete de Intervenção entregue à Justiça, nessa sexta-feira (24), aponta que há uma fila com mais de 110 mil cirurgias paradas na rede pública de saúde de Cuiabá. Além disso, existe 357.812 solicitações de exames e consultas especializadas.

Conforme o documento, 77.237 procedimentos são de urgência (70,2%). Outros 32.666 (29,7%) estão agendados. Os motivos identificados pela equipe de intervenção para essas filas de espera são: falta de gestão, de estrutura e de medicamentos nas unidades.

A interventora Danielle Carmona informou que trabalha em um planejamento emergencial para reduzir a fila de cirurgias na capital.

Falta de estrutura

Ainda de acordo com o relatório, no Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, as cirurgias estão suspensas por causa da interdição do centro de esterilização da unidade pela Vigilância Sanitária, em 2022, devido às más condições de infraestrutura do local.

Além disso, a fila de pacientes aguardando exames se agravou com a suspensão dos serviços de imagem, como de raio-X, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e policlínicas, em meados de outubro e novembro de 2022. As máquinas foram recolhidas pelas empresas terceirizadas por falta de pagamento.

Segundo o Gabinete, com a retirada do serviço dessas unidades, os pacientes das UPAs e policlínicas que precisam fazer raio-X são levados de ambulância para o Pronto Socorro. Cada unidade só conta com uma ambulância e, então, as coordenações esperam lotar o veículo para levar os pacientes.

Os resultados dos exames são divulgados depois de três dias, em média.

Sem medicamentos
A falta de medicamentos é outro problema grave apresentado no relatório. Conforme o documento, todas as unidades básicas de saúde apresentaram falta de medicações de uso contínuo para tratamento de doenças crônicas e de insumos para realização de curativos, inclusive soro fisiológico.

Nas unidades de saúde da atenção básica, secundária e terciária, dos 238 medicamentos elencados como imprescindíveis para a assistência farmacêutica em cada nível de atenção, 150 estavam com estoques zerados, que corresponde a 63% desse total necessário.

O Gabinete de Intervenção informou que o problema já está sendo resolvido, com investimento de mais de R$ 5,6 milhões para a compra de medicamentos.

 

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